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25 de Abril de 2024

Mais quatro anos. De quê?

Depois de disputa acirrada, os eleitores decidiram que Dilma irá passar mais quatro anos sentada na cadeira da presidência da república. Para a questão ambiental, a pergunta que fica é: teremos mais quatro anos de atrasos? A julgar pela falta de compromissos da presidente durante as eleições, é bem possível que sim.

Publicado por Gm M.
há 9 anos

Mais quatro anos De qu

A candidata reeleita Dilma Rousseff vota na Escola Estadual Santos Dumont (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Dilma negou-se a apresentar propostas durante as eleições. Revelou apenas que continuaria a fazer o que já havia realizado em seu primeiro mandato. E isso pode ser uma péssima notícia para a área ambiental.

No comando do Brasil, Dilma teve uma gestão que fez o país andar na contramão da proteção à natureza. Foi de sua caneta que saiu a assinatura que sacramentou a anistia à criminosos ambientais contidas no novo código florestal. Como resultado, a queda do desmatamento na Amazônia foi interrompida e, na medição do último período, o país contabilizou um aumento de 29% na destruição da floresta. Dados recentes do INPE apontam que esse ano temos um nova tendência de alta.

O atual governo deixa correr solto no Congresso Nacional projetos de lei que colocam em risco Unidades de Conservação e Terras Indígenas, mecanismos que são comprovadamente os mais eficientes na preservação das florestas. A preocupação com o tema se agrava ao verificar que Dilma foi um fracasso quando o assunto é criar novas unidades de conservação no país. Para efeito de comparação, em seus primeiros mandatos, Lula criou 20 milhões de hectares de florestas protegidas e Fernando Henrique outros 8 milhões. Dilma não chegou aos pés de nenhum deles, empacada na casa de 0,7 milhões de ha., muitos dos quais realizados há poucos dias, no calor das eleições.

http://www.youtube.com/embed/ZOSyjdiXu-k

No cenário internacional, o país deixou de lado o importante papel que desempenhava nas discussões de proteção florestal para ser protagonista de cenas lamentáveis. Em recente reunião da ONU, o governo brasileiro se negou a assinar a declaração de Nova Iorque, documento que pede o fim do desmatamento em escala mundial. A declaração conta com 150 assinaturas, entre elas 20 estados, 40 empresas de atuação global e mais de 32 países. O governo apresentou como desculpa o fato de que não conhecia o documento. Países como Togo, Libéria, Etiópia, França, Alemanha e Estados Unidos conheciam e assinaram o documento.

Os problemas com a agenda ambiental continuam quando o tema é a geração de energia. Apesar de alardear mundo afora que o país investe em energia renovável, o Plano de Expansão Decenal de Energia, anunciado em setembro, prevê que 70% dos investimentos do setor serão voltados aos combustíveis fósseis. Para as renováveis, como eólica, solar e biomassa, serão apenas 9,2% e, para os biocombustíveis, só 6,5%. Quase metade dos investimentos previstos para a expansão da eletricidade instalada está voltada para grandes hidrelétricas, a maior parte delas na Amazônia, que trazem enormes impactos socioambientais e tem sua viabilidade econômica contestada.

Tais decisões só aprofundam o quadro de crise energética para a qual caminha o país. Houve aumento médio de 30% na conta de luz dos brasileiros. Para o meio ambiente, a conta nos últimos quatro anos foi de um aumento de 500% das emissões do setor elétrico de gases que aquecem o planeta. As soluções para tais problemas, como a Energia Solar, que poderia abastecer mais de dez milhões de residências, gerar mais de 200.000 empregos e baixar tanto a conta de luz quanto o custo ambiental do país, é vista pela presidente como energia de pouca importância.

Nos últimos quatro anos, as emissões brasileiras de setores como indústria, energia e agropecuária nunca pararam de aumentar. O transporte público mais que dobrou suas emissões nos últimos dez anos, além de contabilizar prejuízos à população na ordem de 100 bilhões ao ano devido aos engarrafamentos e ao transporte coletivo vergonhoso. Boa parte desse prejuízo deve-se à escolha de investir desenfreadamente em transporte individual em detrimento do transporte público. Prova disso é que dos cerca de R$150 bilhões prometidos nos últimos anos para mobilidade urbana, apenas 30% foi de fato convertido em melhorias para a população.

No balanço final de seu primeiro mandato, as políticas adotadas por Dilma colocam a diminuição do desmatamento na Amazônia sob séria ameaça, e apresenta uma visão míope e viciada na questão energética e de mobilidade urbana, ignorando os riscos do modelo atual tanto quanto ignora o potencial de fontes de energia como o vento e o sol, abundantes no país mas abandonados pelo atual governo.

Dilma não disse o que fará nos próximos quatro anos. Mesmo assim será cobrada diariamente pelo compromisso de garantir um futuro mais digno e de maior responsabilidade com o meio ambiente.

GREENPEACE BRASIL

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/mais-quatro-anos-de-que/147965267

32 Comentários

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O que dói, é a omissão. Pagar 3,50 de multa por não votar, e deixar tudo sendo conduzido à revelia. Como se os recursos naturais, estivessem num banquete boca-livre, sem nenhuma gestão. Um agradecimento a quem se absteve. A continuidade foi preservada e o emparelhamento do Estado vai fazer com que números de devastação, desmando, corrupção, segregação continuem como estão. continuar lendo

Caro Rafael, concordo com vc, mas acredito que tudo irá piorar... continuar lendo

Nosso povo muito tem pecado, é justo que Deus nos penitencie.
Diante da triste realidade, nos resta minimizar os danos. continuar lendo

Mais quatro anos de tudo isso que aconteceu nos últimos quatro anos, só que agora elevado ao quadrado.

Se nesses quatro anos o Brasil está "próximo da banca rota", no final dos próximos quatro anos, estará....... na "banca rota", claro.

Viva os "sem noção", tem por volta de 4milhões a mais do que o devido.

Mas o crime mesmo é daqueles que não votaram, poderiam ter mudado esse quadro, e não o fizeram. Resta agora Lamentar! continuar lendo

Perfeito seu artigo, Parabéns! continuar lendo

mais nada....impeacheman a caminho......caso contrario....mais 4 anos de nada....ou avanço da ditadura comunista...pndh3 etc.....sensura de imprensa e de tudo....regressão geral.....empobrecimento geral etc.... continuar lendo

A DIVISÃO DO BRASIL :

Domingo 26 de outubro, logo após o resultado do pleito e com a confirmação da reeleição da pres.Dilma, o Cel. Telhada, deputado estadual eleito em São Paulo, sugeriu a divisão do país entre "Sudeste e Norte/nordeste" e muita gente, mas muita gente mesmo não gostou.Ora, se é para continuar sendo governado por pessoas com clara tendencia comunista, com forte simpatia por regimes ditatoriais tipo Cubano,Venezuelano, etc., por que não ?
A Europa até nos dias de hoje, continua a fazer acomodações por etnias e ou/credo religioso, por que não nós ? Faça-se um plebiscito e deixem que o povo, e somente o povo, decida o que quer para seu futuro.A Russia deixou de ser a "União Soviética" e transformou-se em varios países independentes, a antiga Iugoslávia também, Tchecoslováquia dividiu-se, porque somente nós não podemos, quando sabemos todos que por nossa extensão territorial, é sim possivel, termos ATÉ 04 países bem representados cultural e religiosamente por que não ?E diria mais; países com totais condições de crescimento e bem estar de seus povos.No sudeste teriamos :SP/Paraná/ S.Catarina/R.S./M.Grosso do Sul, um segundo país com R.Janeiro/M.Gerais/ Esp.Santo/Goiás, um terceiro c/ M.Grosso do Norte/Rondonia/Pará/ Amazonas/Amapá/Roraima//Acre/ e um quarto país com: Bahia/Tocantins/ Maranhão/Piaui/Ceará/R.g.Norte/Paraiba/Pernambuco/Alagoas/Sergipe. Tenho certesa que o desenvolvimento principalmente no norte, viria com mais rapidez do que ocorre atualmente, mesmo porque, convenhamos é um país com uma extensão de terras demasiadamente grande para um só presidente governar.
Evitariamos a corrupção que hoje corrói nossa economia e acredito mesmo que teriamos 04 nações de peso no cenário mundial, o que precisamos é de coragem para "mudanças" e determinação na condução dos rumos daquilo que pretendemos e queremos.
Fica a sugestão para o "bom" debate. continuar lendo

Pouco mais da metade do povo brasileiro traiu o Brasil.
Os outros (quase metade), não votaram no PT, portanto, não traíram o Brasil.

Devemos ir às ruas para protestar e botar os corruptos na cadeia
ou expulsá-los para Cuba.

Que os mesmos (milhares) que saem nas passeatas Gays também saiam nas passeatas
contra os corruptos ou para mudanças no governo.

Não vamos nos igualar aos PTistas. Não vamos radicalizar.

Não vamos dividir o país. O Brasil é gigante em seu esplendor e poderoso através do seu povo que, infelizmente, ainda não aprendeu a lutar.

Devemos lutar buscando corrigir as demagogias dos políticos.
Lutar para acabar com o voto de cabresto e o voto de legenda porquê isso elege pessoas que o povo, na sua maioria, não escolheu e por isso essa corja eleita faz leis só para benefício deles.

Vejam no STE os resultados das eleições para Deputados.
Aquele no qual você votou pode não ter sido eleito e,talvez, teve muito mais votos do que aqueles que foram eleitos.
Aí eles replicam: Vocês é que escolheram. Mentira. Meu candidato teve 7.500 votos e não foi eleito e sim foram eleitos 13 deputados com quantidade de votos menor que 7.500 e eu não os escolheria. continuar lendo

Uma grande verdade Rafael, pena que tivemos a chance de mudar tudo, mas o povo não quis. Povo este comprado a troco de um bolsa família e etc.... A grande maioria do povo brasileiro não quer trabalhar, é mais facil fazer filhos para receber a tal bolsa.
Os empresários estão sendo achatados com a carga tributária alta, o que torna inviável manter uma empresa. O grande empresário se vender sua empresa e demitir todos os funcionários, tem como mudar para outro pais e ter dinheiro para viver dignamente até sua morte. O que não acontece com os pequenos empresários. O pior de tudo é que todos nós estamos pagando e pagaremos caro por manter esse governo ai. continuar lendo