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11 de Maio de 2024

A natureza não negocia: a catástrofe climática está acontecendo agora!

Publicado por Gm M.
há 9 anos

Postado por Kumi Naidoo* - 7 - dez - 2014 às 22:48

A natureza no negocia a catstrofe climtica est acontecendo agora

Tufão Hagupit atinge Albay, no sul das Filipinas. O Greenpeace está lá para testemunhar os impactos e chamar atenção para as mudanças climáticas (© Greenpeace/Alanah Torralba)

Enquanto o tufão Hagupit atinge as Filipinas, uma das maiores operações de evacuação em tempos de paz da história foi lançada para prevenir uma repetição da enorme perdas de vidas ocorrida quando o super tufão Haiyan atingiu a mesma área há apenas um ano.

"Uma das maiores evacuações em tempos de paz”, é o que tem sido dito sobre esse fato. Mas pergunto: é tempo de paz ou estamos em guerra com a natureza?

Eu estava prestes a ir para Lima, no Peru, quando recebi um telefonema para vir para as Filipinas para apoiar o nosso escritório e seu trabalho em torno tufão Hagupit (cujo nome significa chicote). Em Lima está em andamento a COP 20, mais uma rodada de reuniões da ONU sobre o clima para negociar um tratado global para evitar uma mudança climática catastrófica.

Mas essas negociações já acontecem há muito tempo, com urgência insuficiente e nos bastidores. E, não tanto nos bastidores, também ocorre a influência do lobby de combustíveis fósseis.

Este ano, como no ano passado e no ano anterior, essas negociações ocorrem em um cenário devastador de um chamado" evento climático extremo ", algo que os cientistas do clima há tempos vêm alertando.

Tragicamente, não estamos tomando medidas urgentes. Mas a natureza não negocia, ela responde à nossa intransigência. Para o povo das Filipinas, e em muitas outras partes do mundo, a mudança climática já é uma catástrofe.

Há apenas um ano atrás, o super tufão Haiyan matou milhares de pessoas nas Filipinas, deixou as comunidades destruídas e causou bilhões de dólares em danos. Agora, muitos sobreviventes que ainda estão deslocadas tiveram que novamente evacuar as tendas onde vivem enquanto o tufão Hagupit esculpe um caminho em todo o país.

É muito cedo para avaliar o impacto até agora - estamos todos esperando que ele poupará as Filipinas da mesma dor que foi vivida após Haiyan.

Aqui em Manila, nos preparamos para viajar para as áreas impactadas, na esteira do tufão Hagupit, ou Ruby, como tem sido chamado. Vamos oferecer a assistência que pudermos e vamos prestar solidariedade ao povo filipino. Queremos chamar a atenção daqueles que são responsáveis pelas mudanças climáticas, aqueles que são responsáveis pela devastação e que deveriam estar ajudando a pagar pela limpeza e pela a adaptação a um mundo em que o nosso clima está se tornando uma fonte crescente de destruição em massa.

É com o coração pesado que nos preparamos para esse testemunho. Nós desafiamos aqueles em Lima a voltar sua atenção da letargia do processo das negociações e prestar atenção ao que está acontecendo no mundo real.

Os chamamos para entender que a mudança climática não é uma ameaça futura a ser negociada, mas um perigo claro e presente que requer ação urgente agora!

Todos os anos, o povo das Filipinas aprende da maneira mais difícil o que a inação sobre as emissões quer dizer. Eles podem estar um pouco mais bem preparados e mais resistentes, mas eles também estão mais horrorizados com o fato de que, a cada ano - ao mesmo tempo -, as reuniões sobre o clima parecem continuar no vácuo. Não estão preparados para tomar medidas significativas, não são capazes de responder à urgência do nosso tempo e não responsabilizam os grandes poluidores que estão causando a mudança do clima com ritmo feroz.

Antes de sair para Manila também recebi uma mensagem do Yeb Sano, comissário do clima para as Filipinas:"Eu espero que você possa se juntar a nós quando dermos o testemunho sobre o impacto deste novo super-tufão. Sua ajuda seria muito valiosa para entregar uma mensagem clara e alta para Lima.

Yeb foi o negociador-chefe Filipino por três anos nas negociações climáticas da ONU e recentemente visitou o Ártico em um navio do Greenpeace para testemunhar o degelo do mar. Dois anos atrás, em Doha, quando o tufão Pablo tirou a vida de muitos, ele rompeu o protocolo normalmente reservado e desapaixonado da diplomacia que domina as negociações do tratado do clima da ONU falando:

"Por favor... Deixem que 2012 seja lembrado como o ano em que o mundo encontrou a coragem... De assumir a responsabilidade para o futuro que queremos. Eu peço a todos nós aqui, se não formos nós, quem? Se não for agora, então quando? Se não aqui, então onde?"

Estou reunindo o Greenpeace Filipinas e Yeb para visitar as áreas mais atingidas, documentar a devastação e enviar uma mensagem clara de mudança climática para Lima e o resto do mundo. Os que são responsáveis pela maioria das emissões serão responsabilizados pelas comunidades que estão sofrendo os impactos de eventos climáticos extremos associados às mudanças climáticas.

Vamos chamar os chefes das companhias de combustíveis fósseis que são culpados pela tragédia que se desenrola para que realizem um exame de consciência e aceitem a sua responsabilidade histórica. Diz-se que a verdade é a primeira vítima da guerra e, nesta guerra contra a natureza, a verdade da ciência do clima é inquestionável.

*Kumi Naidoo é diretor-executivo do Greenpeace Internacional

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A natureza não negocia e nós,
seres humanos ainda não acordamos do mal
que estamos fazendo a nós mesmos. continuar lendo

Concordo plenamente com o veredicto.Realmente, a natureza não negocia.No máximo, tolerou até agora a fúria insana perpetrada contra ela por essa espécie autodestrutiva chamada homo sapiens, sobretudo nos últimos 200 anos de "sociedade industrial".Já vivemos o Apocalipse. continuar lendo

Ainda há tempo de nós tentarmos fazer alguma coisa para evitar estas catastrofes mais infelizmente as autoridades competentes parecem estar em um sono tranquilo ou são cegos que não veem os sinais de socorro que a natureza dá continuar lendo

O problema é que mesmo nós, humanos, "comentadores do JusBrasil", população em geral, mesmo com ciência da situação, não conseguimos sair de nossos costumes para adotar outros padrões de vida e comportamento. Eu tento, mudei algumas coisas, mas ainda não posso tirar minha culpa em contribuir para esse desastre eminente. A maioria que diz que faz algo, faz apenas algo diminuto, que está longe de ser a real necessidade de mudança, recicla o lixo, mas continua a consumir em demasia, usar carro... O problema é que essa é uma mudança radical, que eu ainda não tive a coragem de realizar, nem as outras pessoas tiveram, por falta de coragem, por falta de impulso, ou por não querer sair do conforto, por causa do "engessamento" que o sistema provoca para seguirmos seus padrões e rotinas. continuar lendo

A indústria petrolífera, está MUDANDO seus slogans:Por DÉCADAS, apregoou que o petróleo, de origem fóssil, iria acabar em breve, o que justificava o alto preço cobrado por um barril desse produto.Agora, o barões do ouro negro, dizem, que o petróleo,INDEPENDE da vida, para se formar.Abraçam a teoria ABIÓTICA da formação desse combustível.Segundo a mesma, nas profundezas da crosta terrestre, sob intenso calor e pressão, o CARBONO se combina, com metais como CÁLCIO e ALUMÍNIO.Os carbonetos de cálcio e de alumínio, se combinam com a ÁGUA e dão origem aos HIDROCARBONETOS, que são a base do petróleo.O processo, seria semelhante, à formação dos DIAMANTES, que se originam por intenso calor e pressão, a centenas de quilômetros de profundidade, na crosta terrestre.Com essa reviravolta nos conceitos, a indústria petrolífera, pretende CONTINUAR fornecendo energia, agora, não mais chamada de fóssil, sem limites e sem observar, claro, as consequências. continuar lendo