Como capacitar os trabalhadores para os benefícios da mobilidade
Alinhar as expectativas do novo estilo de trabalho com as prioridades de negócios requer melhor gestão dos recursos humanos e técnicos
Os empregados querem trabalhar com seus aparelhos móveis, obrigando as empresas a estabelecerem políticas para gerenciar a onda do traga seu próprio dispositivo (BYOD). É hora de alinhar as expectativas do novo estilo de trabalho com as prioridades de negócios.
A grande variedade de dispositivos móveis obriga a TI a adotar sistemas para controlar os custos, segurança e desenvolver um novo conjunto de políticas que permitam algumas liberdade, sem prejudicar os negócios.
A padronização é semelhante à indústria da moda. Em ambos, a mudança é constante. Portanto, faz sentido para as empresas serem ágeis e darem respostas rápidas. "As companhias precisam estabelecer as melhores práticas para que essa transição seja tranquila", orienta Ken Dulaney, vice-presidente de pesquisa na área de computação móvel do Gartner.
Para capacitar esse novo trabalhador móvel, as empresas precisam ser mais pró-ativas e reforçar as políticas em três áreas gestão, segurança e entrega de aplicativos.
As políticas na era da BYOD Para que a migração para a mobilidade seja mais suave, os especialistas do setor recomendam levar em conta dois aspectos da política: o fornecimento e uso dos dispositivos.
Quando se trata de fornecimento de dispositivos, a boa notícia é que com ou sem a estratégia de BYOD, os funcionários estão dispostos a terem o direito de comprar o aparelho de sua escolha.
Os especialistas concordam que não há solução única para a prática do BYOD. Mas há dois modelos mais adotados pelas empresas. O primeiro é o em que os empregados arcam com os custos dos dispositivos e o outro em que a empresa paga uma parte dos gastos.
Independentemente da opção, as empresas são obrigadas a se colocar à disposição dos funcionários para pagar parte de seus dispositivos, planos de serviço e até mesmo aplicativos, aconselha Ted Schadler, analista da Forrester Research.
O ideal para o consumidor de tecnologia, segundo a Nationwide Insurance, empresa com 40 mil funcionários, é manter BYOD sem custos adicionais. Na companhia, um quarto dos funcionários é recompensado pelo uso de seu dispositivo pessoal. Eles recebem reembolso para a compra de um novo smartphone de sua escolha quando o contrato atual termina.
Na seguradora a plataforma padrão era smartphones BlackBerry. Agora com o BYOD todos funcionários são livres para adquirir um plano de dados ou dispositivo de sua escolha e solicitar o acesso à rede corporativa. Para administrar essa base, a companhia adotou uma plataforma de gestão de plataforma móvel (MDM). Dos quatro mil usuários, mais de mil se beneficiaram pelo BYOD.
A protecção de dados é a preocupação número um das organizações. Os usuários concordam com os termos de uso dos dispositivos móveis quando se inscreverem no BYOD. Os especialistas afirmam que é importante estabelecer políticas de responsabilidade compartilhada e conscientizar os empregados de que a empresa tem o direito de suspender o uso de um dispositivo quando as regras não são cumpridas. Além disso, os usuários devem usar senhas e criptografia.
Reforço da gestão A abordagem de MDM anda de mãos dadas com o BYOD. Trata-se de uma ferramenta chave para a empresa monitorar, supervisionar e gerir a experiência móvel, garantindo a segurança dos dados de negócios e propriedade intelectual. O Gartner estima existir atualmente cerca de 60 fornecedores de ferramentas MDM.
As plataforma de MDM possibilitam que as empresas suportem a grande diversidade de dispositivos, estabeleça políticas de segurança e conformidade das aplicações e conteúdos. São ferramentas que fazem a gestão de inventário, distribuição de software, informação e serviço de gerenciamento de TI.
Os executivos de TI devem se lembrar que, embora as ferramentas sejam importantes, é essencial que as políticas funcionem para a empresa e o usuário. Em outras palavras, se você bloquear ou impor muitas limitações, o modelo pode não funcionar.
O BYOD bem implementado, orientado para o consumidor de tecnologia promove uma nova relação entre o empregado e a empresa. Portanto, capacitar os funcionários para esse movimento é a melhor alternativa para a organização.
Os usuários de dispositivos móveis sabem o que é bom e como podem ajudar a empresa, destaca a Forrester. E, eles estão dispostos a fazer isso. Além disso, a pesquisa mostra que os empregados que abraçam o BYOD, melhoram processos de trabalho e produtividade.
“Quando surgiu, o conceito de consumerização causou muito desconforto. Mas aprendemos que o processo de mudança é interativo e não tem que ser 100%. Tem que ser aceitável", diz Bob Burkhart, diretor de tecnologia e inovação da Nationwide.
Controle das aplicações móveis Nesta nova realidade, um smartphone é apenas um pequeno PC. Assim, seu valor vem de sua capacidade de executar aplicativos. Isso significa que uma empresa terá agora uma mistura de back-end de TI liderado e conduzido por aplicações front-end-empregados. Para isso, companhias têm que tomar decisões sobre aplicações móveis e explorar o uso de cada uma delas.
As empresa também têm que portar as principais aplicações que os usuários desejam acessar em seus dispositivos móveis, como email e web colaborativa, portal de empregado, conteúdo ou arquivos. Deve preparar as soluções de negócios corporativos para as plataformas sem fio como os sistemas de dados e CRM, por exemplo.
O que é ideal a construção de uma plataforma própria de aplicativos móveis ou adoção da soluções de terceiros? Os especialistas recomendam a combinação de ambos. Em alguns casos, usuários podem tomar essas decisões por si mesmos.
A entrega de aplicativos para funcionários que abraçam o BYOD é outro caminho que as empresas precisam explorar. Uma alternativa é o modelo de loja de aplicativos para ser acessada pelos empregados. Grandes empresas como a IBM e a General Electric, por exemplo, construíram suas próprias lojas para oferecer aplicações personalizadas e recomendar soluções de negócio a seus colaboradores.
“As empresas maduras em boas práticas de mobilidade duplicam as margens operacionais e apresentam um crescimento de receitas três vezes superior às empresas com práticas de mobilidade médias", revela um benchmarking da SAP realizado no fim de 2012 junto de 300 clientes a nível global, em organizações de todas as dimensões e de setores.
No novo contexto da consumerização, a chave para o crescimento do BYOD é a criação de um modelo flexível. Segundo os especialistas, as empresas ainda têm muito o que aprender para lidar com essa mudança e obter sucesso na estratégia de mobilidade empresarial. Políticas e gestão dos recursos humanos e técnicos são os meios para alcançar os objetivos.
Empresas que apresentam um nível de maturidade superior evidenciam um conjunto de características comuns” como:1 - a existência de uma estratégia de mobilidade para todos os departamentos e processos relevantes;2 - normas definidas para os sistemas operacionais e uma plataforma confiável implementada; todas as questões de escalabilidade e segurança contempladas;3 - política de segurança forte e bem documentada, monitoração centralizada e excelentes mecanismos de autenticação dos dispositivos móveis;4 - envolvimento do usuário final logo no início do ciclo de desenvolvimento e também na fase de feedback; formação nas novas aplicações e nas questões relacionadas com a tecnologia sem fios; acesso móvel a todas as aplicações empresariais.
Publicado por - Redação, com InfoWorld/EUA
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